segunda-feira, 19 de maio de 2014

De coxinha em coxinha, a direita me enche o saco!

          Quando comecei escrever meus primeiros textos, tinha a intenção de publicar um blog não partidário; pra ser apenas um espaço pra tirar as idéias da cuca e refletir sobre elas... minha penseira. Mas logo percebi que essa decisão além de ridiculamente covarde não era de fato possível para mim. Dito isso, vamos à mais um post:
          Sala dos professores é sempre a mesma coisa: uns reclamam dos alunos, outros reclamam da gestão, outros reclamam do governo e há ainda os que reclamam dos reclamões. Esse último tipo eu chamo de mimizento e nele me incluo: ninguém merece tem um tempinho livre no meio do dia e só falar de problemas. nesse momento, quero discutir coisas que realmente me interessam e que me trazem ânimo e não baldes de água fria: o último filme que vi, um pouco de rock 'n roll e sim, sou daquelas que gostam de discuti política (novidade).
          E é aí que começa minha indignação. Falar de política pra muito professor é dizer que a Dna. Dilminha é burra e ladrona... incompetente e dispensável... aff... peraê, não curte a presidenta, tudo bem, mas me diga aê teus motivos, exponha teus argumentos! Poxa! (queria mesmo era trocar esse x por dois "R"), não me venha com esse comportamento anti-PT, por favor! Cada um tem suas opções e talz, mas que sejam genuínas, ao menos... não copiadas de um discurso pequeno burguês de direita que você ouviu ou leu em algum editorial da Rede Esgoto.
          A proliferação de tipos que eu gosto de chamar de coxinha de rodoviária, ou seja, do pobre que é açoitado pela política e ideologia coxinha, ma ainda assim concorda com ela, está presente em todos os âmbitos da sociedade, mas dentro dos muros da escola, cresce de maneira alarmante e é aplicada em várias análises feitas por colegas de profissão mesmo sendo a causa da precariedade dela... quer ver só?
          Quem nunca ouviu um colega de profissão dizer algo do tipo: "Nunca leu um livro na vida, nem adianta tentar que na escola não vai ler também" ou "Esse mal comportamento é falta de surra"... pior é que quando algum colega quer discutir as condições de vida do aluno (que mal tem dinheiro pra comer quanto mais pra ler um livro ou que se encontra em situação de abandono ou maus tratos), ainda é tachado de  chato, no mínimo. Isso é a lógica coxinha em ação, aquela lógica do bandido bom é bandido morto, quando aplicada à educação.
          Tempos atrás ouvi assim de uma dita educadora: "quanto mais pobre, menos vontade de crescer e menos apego à vida eles têm". Esse "eles" são os alunos vistos como inferiores, piores, descartáveis. minha indignação não foi com a frase em si, pois apesar de estúpida é uma fala comum, infelizmente. Me indignei é porque a dita cuja que soltou essa pérola, tem os filhos na escola particular graças à massacrante jornada semanal de trabalho de quase 80 horas! Trabalha tanto que mal vê os filhos que ela acha que cria tão bem. Lamentável, ainda que cômico. Aí eu me pergunto: porque um trabalhador tem que se sacrificar tanto para manter seus filhos numa escola particular? Primeiro porque seu salário com um cargo só não banca essa conta; segundo porque a escola pública é vista como depósito de coitados, onde alguns se sacrificam para ensinar e para aprender, enquanto tantos outros a vêm como cabide de emprego, passatempo e coisas piores.. esse sucateamento é fruto de que, pergunto novamente? Respondo eu de novo: Da porra da política coxinha que você tanto apóia, professor (a) anônimo (a).
          Salva as devidas proporções, esse sentimento de superioridade nunca gerou bons frutos: integralismo, homofobia, xenofobia, nazismo.... tem suas raízes em pensamentos cretinos como esse!

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